Assino uma parceria com Tiê em seu novo disco "A coruja e o coração". Fizemos a música a partir de uma idéia inicial dela, em uma tarde revezando quem ninava a Liz e quem escrevia. Ela tinha essa melodia crescente para o refrão (que posteriormente foi alterada com ou pelo produtor Plinio Profeta) e algumas idéias e frases antigas sobre a incomunicabilidade. De cara, em um recurso metalinguístico, achei que a questão ficava mais palpável na relação com alguém.
Então jogamos pra dentro de um casal, as diferenças em que mesmo estando muito próximos, estamos distantes - o que justifica a aparente contradição do título da música. Posteriormente, pra minha alegria Jorge Drexler (cantor e compositor uruguaio que lançou recentemente o belo disco "Amar la trama", cheio de belíssimos arranjos de metal e letras bem trabalhadas) entrou na música que se tornou um singelo dueto. O refrão perdeu sua melodia crescente e catártica e se tornou mais cool. O sopro ainda cumpre um pouco esse papel, mas a versão original tem um charme especial. Abrindo também o processo dessa canção, vejam o video que a Tiê me mandou logo após nossa sessão.